segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

(o céu é um palácio que olha para baixo)_______Herberto Helder

...e só por uma alucinação injusta do sangue .por um pedaço de terra antiga.
pelo medo ou pelo vício a selva e a morte que revela toda a des.razão.
pelo vocabulário gasto do fogo e das vontades que não são.
pela massa errática de um silvo malévolo que nos designa indiferentes.
como silêncio suicidário nos deixamos à beira da indiferença.
pelas faixas de gaza do nosso esquecimento.

. e com as mãos. ferventes. com os dedos. balas de baba sangrenta. com as ervas ásperas e
secas.
escreve-se os dias na desordem espectral do discurso político que perde voz e espaço
aberto. praça de corações em saldo. altar de poderes banais. escreve-se a sangue a rima
cava do personagem atípico.
_____________________e lá vamos des.cantando e des.rindo sobre um chão de falsas aparições.
escrever a mão bastarda que nos afaga de promessas baldias.
ser um dia a glória.
ser outro dia o interior esmagado.
como se tudo fosse margem ou triunfo dos símbolos. apenas.
.
astutos os palpitantes gestos. os factos. a expansiva traição.
escrever a ameaça. de um voo fulgurante. levantados os lençois da morte branda celebra-se
a ironia da inépcia.
. e pouco nos salva. nem a escrita.
________________________
E JÁ NÃO TENHO PACIÊNCIA PARA TANTO CINISMO! PERDI A PÉROLA QUE ME ERA A ESSÊNCIA
DAS PRECES!

solto-me por um pedaço de fulgor que seja.

in http://mendesferreira.blogspot.com/