quarta-feira, 10 de julho de 2013

Filho Poema

 
Filho Poema
O que me importa
eu sei.
Momentos longos em pensamento
…preciosos
teus olhos vivos.
Estrelas desenham mistérios
por descobrir
em tua alma desperta
...
quando dormes…
Meu jasmim,
guardo aqui,
perfume,
pétala
... assim
sempre
sem pressa
sem horas e minutos e segundos
sempre
... aqui
neste peito,
ventre rasgado
sem tempo,
eu te convivo.
Em todo o tempo
abraçado,
juntinho a mim.

Cristina Correia, in Cerne e o Verso

http://catalogo.bnportugal.pt/ipac20/ipac.jsp?session=13693K5H43609.796370&menu=search&aspect=subtab11&npp=20&ipp=20&spp=20&profile=bn&ri&term=Cerne+e+o+Verso&index=.GW&x=0&y=0#focus
 

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Magia das Chaves - Desafio ao Conto

https://www.facebook.com/DesafioAoConto

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testamento



testamento

Num prado minhas cinzas em repouso sorverão as sementes das rosas imanadas pelas águas do tempo
dos silêncios
ficarei para sempre no momento incerto do eterno, no chão da terra das árvores do mundo
permanecerei nas sílabas escritas pelas águas da chuva, que só eu me escuto no silêncio das palavras adormecidas
basta-me o silêncio e o encontro do novo dia com as sementes e com as águas e o caule e as folhas e as rosas a germinarem no chão da terra do prado em repousono alvorecer de mais um dia
sinto espanto, sobra-me a lembrança e a memória revisitada dos vultos assimétricos da vida num qualquer lugar dos anjos e exalo a saudade do olhar dos rostos amigos
guardo um musgo numa raiz diluída em oração e no meu incauto sinto a seiva da humanidade onde se
oculta o tempo dos sossegos, porque a alma, essa, remida, só os deuses a tocam
e a cada batimento da terra só o silêncio me habitará e oiço apenas a memória e viajo junto de vós
concilio-me com a natureza e ao monólogo de uma Ave Maria, visito-vos sempre em hiatos vazios e no silêncio do poente dos dias
porque o tempo em que vivo permanecerá nas sílabas escritas pelas águas da chuva num prado em
repouso
e em ti permanecerei, e deixa que a vida me diga de ti
o trabalho a coragem a confiança a serenidade o futuro o presente a esperança, sempre
que fique só um monumento de cinzas de paz a albergar o olhar das almas e no enleio do fio dos dias um abraço de Deus. in testamento, Cristina Correia.