segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Encontro de Poetas

Pegue-se num sonho
concedam-lhe que seja
Allegro moderato,
Adagio Melancolico,
um soprano, um solfejo,
uma clave de Sol,
uma visita
a verter um olhar e, com afeição,
receber em mão o perfume de uma rosa.
Será a hora então de escutar a esperança,
dádiva de Deus, repouso dos Anjos
num itinerário junto ao Douro.
CCorreia

diz-me, poeta amigo


diz-me, poeta amigo
em que porto brotam os caminhos do pensamento-verdade, da luz, da liberdade...
...
se houver, hão-de estar no fundo da tua abençoada alma...

diz-me, poeta amigo
o rio há-de trazer os recados de Deus...
...
o mar segredará os mistérios de ser e ser-se...

diz-me, poeta amigo
o abraço de Deus é luz, flor lilaz, trepadeira selvagem, vales e montes, árvores de ninho, nossos filhos, o dom da ubiquidade, fontes de hiatos vazios...

digo-te, poeta amigo
o abraço de Deus é um poeta amigo, também.
CCorreia

sábado, 21 de fevereiro de 2009

ENCONTRO DE POEMAS


«há pensamentos nobres e poemas únicos que, uma vez lidos, nos inflamam a escrever poemas»


Encontro de poemas
O poema é a minha árvore_____
cuja flor é a sílaba na raiz
__ unge uma gota de chuva____
um substantivo breve.
Na minha árvore ateias perfume
e no adjectivo agigantado
coroas todos os meus versos______
Muitas vezes sinto o silêncio dos montes___
em voz alta, rezo de mãos postas,
a Deus
que me não falte.
Nunca pensei,
nesta comunhão de poemas
como se fossem troncos de árvores
a dizer oração
São gotas luminosas, cruzando-se_________
__ de mãos dadas, singulares
Talvez comparáveis________
a pegadas de Deus.

Recantos
Enquanto o poema não se cumprir
permanecemos
lírios.
Sonhar um verso puro________a reconciliar o tempo,
o branco entre as palavras,
o ar que envolve as horas,
para Te ler.
A incerteza de todos, os poetas,
mora nos hiatos,
na curva infinita,
sempre,
a reinventar forças_____sem colher um abrigo.
Juntos continuamos o caminho_______no qual,
as sílabas companheiras_______se entregam a completar silêncios_______
E, os rios acontecem.
CCorreia

ao monólogo de uma Ave Maria

Suspendo-me
vou ao encontro das palavras adormecidas,
da solidão
faço amor com os poemas,
cicio sílabas espalhadas no meu leito
onde se oculta o verso silencioso,
cristal devoção,
porque a alma, essa, remida,
só os deuses a tocam
num pulsar indomável de fantasia,
concilio-me com a natureza
ao monólogo de uma Ave Maria...
CCorreia

"Que fique só um monumento de palavras"

Que fique só da minha vida um monumento de palavras Mas não de prata Nem de cinza Antes de lava Antes de nada (…)Daquele nada que se aviva (…) Ou quando a morte nos avisa Ou quando a vida nos agarra (…) Fique porém de quanto sintaum monumento de palavras Mas não de bronze Nem de argilaE nem de cinza nem de mármore De fumo sim (…) E lembro tudo o que era simples antes do nada inevitável Mas que do nada ao menos fique um monumento de palavras David Mourão Ferreira

"Que fique só um monumento de palavras"

.porque o meu ser____ sustido pela vida e pela morte_________arquiva as palavras_ não somente dos poetas____mas dos seres___terrestres____dos pássaros____dos gatos_____do mar________dos rostos________dos sofrimentos____da guerra________da esperança_______do espelho do olhar_______das almas. .porque o tempo em que vivo___morre_____num porto de África____junto ao Geba_____onde nasceu. .porque se o tempo albergar______________como um rio___onde tudo flui_____ as quimeras_______dos humanos____Ah_então___________não haveria tempo ___para tantos séculos de história__________nem espaço para os tomos de ciências ancestrais. os rios também secam________e nem a cinza___nem o fumo___tinham os contos de Torga para narrar____..que do nada ao menos fique________ minha razão de viver________meu filho____ventre rasgado______para teu viver______meu monumento de palavras.
.porque do trabalho acordo-me_________ser aprisionado___________abre-se um lugar________no silêncio do poente dos dias_________e aos poetas só se pedem palavras____e_____silêncios__________________________________.
.porque somos assim________ numa guerra assimétrica___a doer_______a erradicar famílias_________somos assim humanos______de Deus. que fique só_____ um monumento de palavras____sem dor__sem mágoas. .porque o meu ser____ sustido pela vida e pela morte____arquiva sofrimentos____da guerra________da esperança_______do espelho do olhar_______das almas. CCorreia

"Basta que a alma demos"

Pelo sonho é que vamos, comovidos e mudos. (…) Basta a fé no que temos. Basta a esperança naquilo que talvez não teremos. Basta que a alma demos, com a mesma alegria, ao que desconhecemos e ao que é do dia a dia. Sebastião da Gama

"Basta que a alma demos"


Ressuscito palavras e vozes__________ de anjos, e_____________ convivo a força do musgo que burila a fé no que temos.

.sem horas e minutos e segundos_________eu Te rezo sílabas contidas. Basta que a alma demos naquela pintura ardente que se debruça na água como um sopro morno de ar parado, de tanto olhar.___ sei que os caminhos

desdobrar-se-ão____________numa rota incerta__e___cruzo o mar para Te ler________ verbo___pujança e trilho._______o azul e o verde surgem dispersos___no horizonte___renasce_____ o odor da terra_______o genuíno labor.

.atapetam_______os meus sentidos____a saudade da infância___e o fado__ amacia___________o despontar da noite. sonham os olhos, serenos______ por entre os flancos pálidos dos vales__________da natureza mãe.e oro ao Menino Jesus._________ estranho tempo em mim se esgota________ os meus passos peregrinos caminham__________até à eternidade._______anjo luz_______o teu sorriso amanhece profético. vindima de silêncio________palavras cadentes________ incendeiam_______a esperança que talvez não teremos. inundou-se de luz___________vê_______como a neblina deixa na margem________a marca dos anjos.______se te digo__________que a alma demos__acredita_______que Deus em breve___________ numa calmante anestesia me levará_________daqui não sou__sou do pó__das cinzas.vou chorar saudades do meu filho__do meu único filho____.escrevo sobre os ombros já cansados__________do peso_da vida. CCorreia

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

todos os sonhos do mundo

...Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo... Fernando Pessoa

"todos os sonhos do mundo"
.tenho em mim outras horas de tempo, hão___ de chegar todos os sonhos do mundo___simples como a vibração da luz do piano.hoje sou prece de todos os caminhos_______ metáforas dos Teus olhos._________________________________não sou desta era______viajei através do pó das antigas estrelas e vivi nas asas dos mortos______________escutei as almas_____________as minhas pálpebras quiseram gesticular pazes______________mas a humanidade não quis. ______________________________________
__a chorar os vivos_______respiro cada dia as assimetrias do quotidiano_______e_______convivo com os sonhos do mundo escreventes da minha memória_________________já sem rosto__________________que um dia voando por____________aí_________escutarei o sussurrar_____do meu coração a esquecer-se de palpitar novamente.___________________________________leva-me o vento no voo dos pássaros e aguardo um sinal de Deus para renascer_____ avistando o azul e um regaço___ que___ de___ mansinho_____________no silêncio da aragem me certifique que nascerei outra_______ vez______________unificada em terra.
existe um tempo por_______________________contar__distâncias______palavras__actos_____por reconstruir.chega um dia em que importa abraçar todos os sonhos do mundo____________sem naufrágios___________ tacteando cega como se a lucidez fosse_______apenas a vibração da luz do piano.____________________________________________________Dói-me a traqueia______as lágrimas sorvo-as___sal___ no rosto humedecido__________pálpebras_______tristes. as outras horas de tempo desaguam num chá de jasmim a hibernar nas minhas mãos sofridas. meu tempo está suspenso___________pela apnéia do som____ali onde a esperança se liberta da vida.
CCorreia

as outras horas de tempo

as outras horas de tempo…

Do desassossego dos sonhos/comungamos palavras adormecidas e outras vozes.../Do receio de escrever, de sentir/ressuscitamos poemas…/a olhar os lírios./das imagens dos anjos/das lembranças do meu Ser,/Tua visita é presença./Somos verbo, pujança e trilho./E quando o céu povoa silêncios, recolhemos/e reunidos, reinventamos as palavras/adormecidas nas vozes de estrelas,/guardiãs da nossa consciência, eternamente/pura./Respiro cada dia as assimetrias do quotidiano/e/convivo com todos os sonhos do mundo escreventes da minha memória/Abrigo o teu olhar aveludado.../aguardo um sinal de Deus para renascer/avistando o azul e um regaço/que de mansinho no silêncio da aragem me certifique que renascerei, outra vez, unificada em terra./Existe um tempo por contar/distâncias/palavras/actos/por reconstruir/sem naufrágios./as outras horas de tempo desaguam num chá de jasmim a hibernar nas minhas mãos sofridas. meu tempo está suspenso____ CCorreia

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Locais Fascinantes

Apreciem as fotos, as paisagens de Portugal, em

http://locaisfascinantes.blogspot.com/

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Clube Leitura SENTIR DOURO



Encontrei... o Clube Leitura SENTIR DOURO

em

http://dourosulacontece.blogspot.com/

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Correntes D'Escritas

Mantenha-se a par de todo o evento em www.cm-pvarzim.pt/go/correntesdescritas