quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Estranho tempo o tempo de espera


É no despontar da noite ao alvorecer dos rios que adormecem as aves
sonham os olhos serenos por entre os flancos pálidos dos vales...
as árvores permanecem eternas
e a povoar o cântico das palavras encontro o texto branco dos pássaros
estranho tempo o tempo de espera
as pedras os passos os livros o olhar ínvio dos gatos
Escrevem-se os dias sem espaço de cor pardacenta
e dizem os poetas o texto calado mudo surdo
vindimado
nas ruas que ninguém vê, as lágrimas rolam nos passeios
nas caixas...
há côdeas, há pobres,
muitos pobres... e fome que se esquece
e dizem os poetas o texto calado mudo surdo
vindimado
solstício de mel, de aromas de vinho,
de canela, de lembranças e de bolinho,
sobre a toalha de renda um farnel recheado
na terra húmida
sente-se vibrar o trepidar forte da natureza mãe
Eis aqui os teus Filhos!
Ainda há abraços fraternos esquecidos.
No recinto sagrado das almas fizeram-se silêncios
e as chuvas caíram
durante três dias e três noites
na terra das palavras plantaram-se folhas de seda
sete abraços enfeitaram pedaços da terra do céu
sete liras cantaram melodias junto dos esquecidos
renasce o odor da terra
estranho tempo o tempo de espera.
Cristina Correia

domingo, 27 de novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Magalhães

sábado, 19 de novembro de 2011

POESIA PARA CRIANÇAS - TOMÁS RIBEIRO - BENÇÃOS



POESIA PARA CRIANÇAS - TOMÁS RIBEIRO - BENÇÃOS


Bem hajas, oh luz do sol,

Dos órfãos agasalho e manto,

Imenso, eterno farol

Deste mar largo de pranto!


Bem hajas, água da fonte,

Que não desprezas ninguém!

Bem haja a urze do monte,

Que é lenha de quem não tem!


Bem hajam rios e relvas,

Paraíso dos pastores!

Bem hajam aves das selvas,

Música dos lavradores!


Bem haja o reino dos céus,

Que aos pobres dá graça e luz!

Bem haja o templo de Deus,

Que tem sacramento e cruz!


Bem haja o cheiro da flor,

Que alegra o lidar campestre;

E o regalo do pastor,

A negra amora silvestre!


Bem haja o repouso à sesta

Do lavrador e da enada;

E a madressilva modesta,

Que espreita à beira da estrada!


Triste de quem der um ai

Sem achar eco em ninguém!

Felizes os que têm pai,

Mimosos os que têm mãe!


TOMÁS RIBEIRO




Tomás António Ribeiro Ferreira (Parada de Gonta, Tondela, 1 de Julho de 1831Lisboa, 6 de Fevereiro de 1901), mais conhecido por Tomás Ribeiro (Thomaz Ribeiro, na época), foi um político, publicista, poeta e escritor ultra-romântico português. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia durante pouco tempo, pois cedo enveredando pela carreira política. Membro destacado do Partido Regenerador, foi Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Deputado, Par do Reino, Ministro da Marinha, Ministro das Obras Públicas e Governador Civil dos distritos de Braga e do Porto. Foi ainda secretário-geral do governo da Índia Portuguesa e embaixador de Portugal no Brasil. Eleito sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa foi presidente da sua Classe de Letras. Escritor e jornalista multifacetado, Tomás Ribeiro deixou uma obra vastíssima.
Foi pai da poetisa Branca de Gonta Colaço e avô do escritor Tomás Ribeiro Colaço.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

I ENCONTRO de ARTES LUSÓFONAS - 5 NOVEMBRO 2011 PELAS 21H00 HORAS. Com a presença do Sr. Presidente da ACLAL Dr. Arménio Vasconcelos




Participam os artistas:
Anabela Duarte Mendes Silva
Angelo Vaz
António Dulcídio
Armando Magno
Aucta Duarte
Carlos Almeida
Constancia Néry
Joaquim Canotilho
Luís Fernando Graça
Minela Reis
Noémia Travassos
Ramos Lopes José Silvestre
Sílvia Marieta
Victor Lages
Vitor Zapa
Francisco Xicofran




Colaboram ainda os caros co-académicos Libânia Madureira (Poetisa), Aurora Gaia (Atriz) e Carlos Andrade ( Músico/compositor).