quinta-feira, 16 de junho de 2011

Poesia de Libânia Madureira

Som do silêncio

Infinitos caminhos,
Que se cruzam
Se tocam, se fundem
...se irmanam

Pequenos nadas,
Tão importantes
Nas imagens permanentes
Nos factos inesquecíveis
De momentos eternos,
Nas vidas que não se apagam…

“NO MEIO DA MULTIDÃO… HÁ SOLIDÃO POVOADA”

Viajando, sem sair do lugar,
Ouvindo apenas os suspiros dos ventos,
Que murmuram parecendo chorar,
Ainda que por breves momentos.

Há uma saudade,
Um perfume triste,
Uma dor que persiste
E não se vê.
Dura mágoa, invade
O coração
De tanta gente,
Apesar de saber o porquê,
De tanta solidão povoada,
Tanta gente abandonada
Neste imenso bosque
Pela dor, pela sorte,
No meio da multidão.

Ah, como eu queria,
Que o amor não fosse utopia
E uma gota deste vasto oceano,
_ Um simples grão de argila humano_
Florescesse
Aquecesse
A semente que repousa na sua leva,
Abatesse a treva
Num mágico toque de amor,
Esse antídoto da solidão e da dor…

Ecos Vítreos

Ecos Vítreos
Transpondo o espaço sideral
Ecos níveos
Onde as estrelas pintam cada palavra minha e tua
Humana e universal
Deixando transparecer o invisível
Sons da vida que se perpetua
Num poema indizível
Na magia da Lusofonia
Numa “Sonata” imortal

Libânia Madureira

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Helena Magalhães




A Maçã Bravo de Esmolfe e a Lagarta Jeremias

É um livro com cheiro a maçã e fala-nos da aventura de uma lagarta e a amizade que trava com uma coruja, uma viagem repleta de percalços... Explora os sentidos, desde a forma, o tamanho, textura, e cor, ao mesmo tempo que convida a mergulhar no mundo do fantástico...





A Cidade de Vidro
Lembro-me em criança que se criavam momentos mágicos entre mim e o meu pai quando ele me contava uma história, ao mesmo tempo que tingia o branco do papel com a magia das cores, ou até mesmo os traços que os seus dedos rapidamente acasalavam com a história imaginada por ele. - Conta-me mais uma história... Aqui começam os momentos belos de comunicação, uma riqueza nas suas memórias na qual nós seremos cúmplices para toda a vida. No Era uma Vez uma expressão que tantas vezes nos faz remeter para o passado e que nos prende ao irreal e à fantasia, onde a magia nos faz transpor para voos imaginários... Hoje guardo com saudade no bolso da minha alma as histórias de meu pai.


Helena Magalhães, natural de Godim, Peso da Régua, concluiu o terceiro ano do curso superior de Animação e Orientação pela Arte, no Porto. De seguida, fez vários estágios de aperfeiçoamento com grupos de risco, nomeadamente alcoólicos, crianças abandonadas, paralisia cerebral, idosos, esquizofrenia, prostituição, entre outros. Posteriormente frequentou um curso intensivo de Alemão e um outro de pintura na Alemanha. De regresso a Portugal, leccionou aulas de E.V.T. e Educação Visual em algumas escolas do distrito de Vila Real, Porto e Viseu. Trabalhou como Animadora Cultural, ao mesmo tempo, escreveu várias crónicas no jornal semanal, “O Arrais”. O gosto pela literatura e pelos livros de uma forma em geral levou-a a ingressar num Curso técnico de Biblioteca, Arquivo e Comunicação. Fez várias acções de formação relacionadas com a Hora do Conto e, mais recentemente um Curso de Acção Teatro. É mediadora de leitura, fazendo Horas do Conto em várias bibliotecas e escolas do país, dando também conferências sobre Violência doméstica. Editou os livros infantis: “A Cidade de Vidro”, “A Magia de um Sonho”e recentemente "A Maçã Bravo de Esmolfe e a Lagarta Jeremias". "Romper as Grades da Vida" foi a sua primeira investigação, onde relata testemunhos de sete mulheres vítimas de violência doméstica, e "Vidas Separadas", é o seu romance que narra casos de vida.

TRATADO DA ALEGRIA



TRATADO DA ALEGRIA
de José Leon Machado


É uma colectânea que recolhe os poemas do autor compostos entre 2001 e 2008, seguindo-se cronologicamente à obra Prosa Versificada II. Está dividida em duas partes: "Restos de uma estética romântica" e "Últimos Poemas". Na última composição, a mais breve da colectânea, o escritor diz:



A tinta escorre pela memória

E desfaz-se nos dedos.

Não há mais palavras a tecer.



José Leon Machado (n.1965, Braga), é o pseudónimo literário de José Barbosa Machado, professor de Semiótica e de Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal). É um dos autores da nova geração literária portuguesa.

Licenciou-se em Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga em 1991. Começou em 1990 a trabalhar como professor na Escola Secundária de Vila Verde. Em 1997, termina o mestrado em Língua e Literatura Portuguesas na Universidade do Minho. Em 1999 vai trabalhar como assistente para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde faz o doutoramento (2002).

A temática das suas obras vai desde a questão das origens, passando pelo fim do mundo rural, até à perda da memória cultural da sociedade moderna. O seu estilo simples, sem ser simplista, destoa do panorama da literatura portuguesa actual, com tendências para a vulgaridade por um lado e para a obscuridade e o barroco por outro. A escrita do autor afasta-se destas tendências e tem um pendor clássico, dentro da tradição de Eça de Queirós e Vergílio Ferreira, sem porém cair na imitação fácil.
A sua produção literária é variada. No entanto, tem-se evidenciado como contista, com três colectâneas de contos publicadas: Fluviais (2001), Os Incompatíveis (2002) e Jardim sem Muro (2007); e como romancista de ambientes históricos: O Guerreiro Decapitado (um romance cuja acção se passa no século I d.C. durante a colonização romana do território que actualmente corresponde a Portugal), Memória das Estrelas sem Brilho (um romance sobre a participação dos Portugueses na Grande Guerra), e A Vendedora de Cupidos (um romance que se passa no contexto da segunda Guerra Mundial).
Os romances O Cavaleiro da Torre Inclinada (2009) e A Planta Carnívora (2011) reflectem a experiência do autor como professor universitário, uma vez que a temática destas obras é a vida académica. Aproximam-se, no uso da ironia e nalgumas situações de âmbito amoroso, de alguns dos contos presentes em Os Incompatíveis.


Publicou os seguintes livros de ficção:
O Guerreiro Decapitado (romance, Campo das Letras, 1999);
Fluviais (contos, Campo das Letras, 2001; Grande Prémio de Literatura ITF 2002);
Os Incompatíveis (contos, Campo das Letras, 2002; Prémio Edmundo Bettencourt 2001 da Câmara Municipal do Funchal);
Braços Quebrados (romance, Edições Vercial, 2003);
O Construtor de Cidades (romance, Edições Vercial, 2004);
Não me Guardes no Coração (romance, Pena Perfeita, 2005);
Quero Cortejar o Sol (diário, DG Edições, 2006).
A Bruxa e o Caldeirão (com ilustrações de Nuno Castelo; literatura infantil, Edições Vercial, 2006).
Jardim sem Muro (contos, Edições Vercial, 2007).
Memória das Estrelas sem Brilho (romance, Edições Vercial, 2008).
O Cavaleiro da Torre Inclinada (romance, Edições Vercial, 2009).
A Vendedora de Cupidos (romance, Edições Vercial, 2010).
A Planta Carnívora (romance, Edições Vercial, 2011).

Cimbalino Curto




Onofre Varela nasceu no Porto em 1944, estudou pintura e exerceu a actividade de desenhador gráfico em litografia e agências de publicidade, antes de abraçar a carreira de jornalista (na área do cartune), em 1970, no jornal O Primeiro de Janeiro. Colaborou com a RTP, desenhando em directo a informação meteorológica no programa Às Dez e animando espaços infantis. Exerceu a função de Cartonista diário de "O Comércio do Porto". Actor, pintor e escritor. Foi caricaturista e ilustrador principal no Jornal de Notícias, onde também escreveu artigos de opinião, crónicas e entrevistas. Premiado em Portugal e no estrangeiro nas áreas da caricatura e da criação de logótipos, expôs os seus trabalhos satíricos em Portugal, Espanha, França, Turquia, Macau e Brasil. Publicou O Peter Pan não existe, Caminho, 2007; é co-autor de Cinco Enterros do João, Arca das Letras, 2006. Onofre Varela é uma das personalidades mais conhecidas da região do Porto.

Começou a trabalhar aos 14 anos como tipógrafo e ia frequentando a Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, até ser mobilizado para Angola, onde esteve de 1965 a 1968. Aí estreou-se na revista Notícia, com banda desenhada. Na evolução da sua carreira profissional, saltou das litografias para agências de publicidade e destas para os jornais. N’O Primeiro de Janeiro, entrou como maquetista e ilustrador, em 1970.
Ilustrador, Cartonista
Nas revistas e jornais, a sua actividade de escritor enlaça-se com a de ilustrador e caricaturista. Foi responsável gráfico do Notícias da Tarde e de O Jogo. Publicou caricatura em O Tripeiro e em O Comércio do Porto ,onde dirigiu graficamente o suplemento “Encontro”. Colaborou com a RTP desenhando em directo no programa Às Dez. Ilustrou manuais escolares e contos infantis da Porto Editora.
Culminou a sua carreira como Ilustrador Principal do Jornal de Notícias ,onde, durante uma década, publicou caricatura, desenhos, textos. Como cartunista fez uma exposição retrospectiva dos seus 25 anos de ilustrador, no Salão Jardim do Coliseu do Porto, 1994. Participou na exposição “Mário Soares visto pelos caricaturistas”, no Palácio de Belém.
Pintor
Participou em diversas exposições colectivas em Espanha, França, Jugoslávia, Turquia, Macau, Dinamarca e Brasil.
Escritor
Publicou os livros Cimbalino Curto (2000) e O Peter Pan Não Existe - Reflexões de um Ateu, Ed. Caminho, 2007. Tem textos e desenhos nas revistas Campismo e Caravanismo, Hobby e nos jornais O Chato, O Olho, A Pantera… Em O Primeiro de Janeiro, escreveu uma rubrica semanal, intitulada “Ovnis Existem”, que durou de 1978 a 1981 (133 artigos). Foi repórter da Quinzena do Porto. Colabora nos jornais O Gaiense, Soberania do Povo (Águeda), Gazeta de Paços de Ferreira e Correio Alentejo.
Actor
Desde 1963 que adora teatro. Nesses espectáculos, ajudava na montagem, pintava cenários, cantava, fazia ilusionismo e imitações. Em 2000, estreou-se na revista 2001 Odisseia do Carago, Sá da Bandeira, Porto. Actuou em três revistas e hoje é actor no grupo amador Cale Estúdio Teatro, de Gaia.
Prémios

1984 - Nações Unidas, logótipo sobre integração de delinquentes / Caricatura - Nos VIII e X Salões de Caricatura de Oeiras e no II Salão Luso-Galaico de Caricatura de Vila Real;
1998 - diploma de Professor Honorífico do Humor, outorgado pela Universidade de Alcalá de Henares (Madrid);
2001 - Prémio Homenagem atribuído pela Caricaturartes, Seixal.
Consta no Dicionário de Personalidades Portuenses do Século XX, Porto Editora, 2001.


Cimbalino Curto (em versão revista e aumentada!) é um tratado corrosivo sobre as múltiplas formas de fazer humor. Uma espécie de Kama Sutra do humor, como alguém, supostamente entendido, o classificou, um dia. Mesmo assim, nunca confiando, o melhor é optar por uma só posição vertical para ler o livro. Só dessa forma é possível retirar dele o máximo prazer…


Cimbalino Curto

ISBN: 978-989-8255-00-6

Amor



Amor,

Amor é uma gaivota

a voar sem fim.

Amor é um ramo de flores

cheio de feitios e cores.

Amor é a paz, a amizade

e a brincadeira.

Amor é ser feliz e

seguir o que Deus nos diz.

Amor é apoiar o outro

na alegria e na tristeza.

Amor é tudo o que se

faz com o coração e não

com a cabeça!


Beatriz Abelha

terça-feira, 14 de junho de 2011

“Miscigenação”



“Miscigenação”

Abrem-se os brotos do tempo
Nas elegias do momento
Pincelando a natureza
Num arco-íris de rara beleza,
Deixando fluir os seus mais
Puros momentos de inspiração,
No brilho dos cristais
Da primavera.
Doce quimera
Superando o brilho das estrelas
A quem fez por merecê-las,
Nas diferentes formas e cores
Cheia de magia e odores.

Provada magnitude
Em premissas e virtude
Das vivências do dia-a-dia.
Fecunda poesia
Lapidando horizontes
Ainda por rasgar.
Constelação bordada do olhar,
Trazendo à magia do sentimento
Toda a beleza e encantamento.

Por entre alvorada
E treva, brilho iridescente
Se propaga,
Emerge, a espécie eleita
Na matriz pura.
Obra perfeita,
Arquitectada
Miscigenação que perdura,
Atravessando os sulcos da memória,
Onde termina o texto ázimo da infância,
Reinventando o que dela resta, num outro idioma.
Tempo docemente renovado,
Pelo momento, pela História,
Nova fragrância,
Doce aroma,
Invade e emana
Da tela e na porcelana…

Libânia Madureira

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Testemunho de Vida: “O Gosto pela Vida”

Já lá vão 35 anos. Parece que foi ontem.
Há momentos na vida em que tudo parece acabar, tudo se desmorona, tudo se desmancha, tudo cai, tudo desaparece num turbilhão imenso, confuso e escuro. De repente e sem que nada o fizesse crer, todos os nossos projectos, todas as nossas fantasias, todos os nossos castelos construídos ou a construir, tudo desapareceu inexoravelmente de forma brutal, cruel e instantânea. Os sonhos, os planos longamente arquitectados para um início de uma vida adulta e organizada, que na prancheta da imaginação se apresentam sempre de forma risonha e apelativa, tudo desapareceu, tudo se escoou, tudo se afundou, devorado por esse tremendo “buraco negro” afunilado e profundo.
Já lá vão 35 anos.
A constatação da dura realidade em que nos encontrámos, a certeza de que o pesadelo era palpável e é real, a consciência da monstruosa injustiça que os deuses permitiram que sobre nós se abatesse, geraram em nós sentimentos de raiva, de dor e de inconformismo que apelaram às nossas mais recônditas reservas de energia e de resistência para conseguirmos emergir de todo este caos. O destino reclamou de nós pesado tributo. Iremos pagá-lo mas iremos igualmente cobrar dividendos. (…)
Não lançámos a toalha ao chão. Não aceitámos a derrota e recusámos a rendição. Por muito poderosas e destruidoras que sejam as forças que sobre nós se abatam, por mais profundas que sejam as marcas e as feridas que provocam e enquanto subsistir a nossa capacidade de pensar e a nossa vontade própria, há sempre coisas que são indestrutíveis e que são as grandes armas que irão permitir vencer a adversidade e lutar contra todas as barreiras: a personalidade, o carácter, a força interior, a criatividade e o poder de iniciativa. Com este arsenal e com o sólido e indispensável apoio dos entes queridos e dos amigos, é e foi possível, recriar todo um novo projecto de vida, voltar a colocar na prancheta novos planos e novos horizontes, voltar a sonhar e voltar a acreditar nas fantasias.
Já lá vão 35 anos.
A luta não é, nem foi fácil. As múltiplas barreiras físicas, culturais e sociais continuam a ser tremendas e por vezes difíceis de ultrapassar. Ao longo desta caminhada, dia após dia, mês após mês, ano após ano, foi necessário subir montanhas e atravessar desfiladeiros. Poucas vezes encontrámos planícies. Foi necessário abrir muitas portas, quase sempre fechadas, forçar a entrada, muitas vezes a pontapé. A novidade e o ineditismo da luta que vimos travando no seio de uma sociedade quase totalmente alheia a estas realidades, trouxe-nos algumas vezes momentos de desalento e de frustração, mas trouxe-nos igualmente, momentos de alegria e sentimentos de vitória, quando conseguimos finalmente abrir as portas ou atravessar os desfiladeiros, mostrando aos outros que todos juntos e cada um com a sua quota parte de participação, é que preenchemos e construímos o puzzle deste imenso universo que é a humanidade e/ou a sociedade ou as micro-sociedades em que estamos inseridos. (…)
É tempo de olhar para trás e sentir a agradável sensação e o prazer de quem cumpriu mais uma etapa na vida. Olhar para baixo, lá do cimo da montanha e ver o sinuoso e difícil traçado que desde a base até aqui nos conduziu, vencendo e ultrapassando inúmeros e aparentemente intransponíveis obstáculos. Olhar com alguma nostalgia para tudo o que aconteceu, para tudo o que foi construído, para tudo o que foi concretizado, quase sempre a partir do zero, como tudo hoje parece tão simples e tão fácil. (…)
As actividades profissionais e culturais, sempre vividas e desenvolvidas, envolvimento e a participação em múltiplas iniciativas e projectos de âmbito social e comunitário, a partilha de conhecimentos experiências com pessoas e instituições, o permanente contacto convívio com os amigos, aquecem-nos o ego e dão-nos a certeza de sermos membros pro-activos da grande aldeia a que pertencemos. Mas há um factor que é, e foi fundamental para que o “boom” que sobreveio ao “buraco negro” acontecesse: o calor humano e o amor da família e dos amigos. Sem o companheirismo, o apoio e o amor sempre presentes, da família dos pais, dos irmãos, da esposa, dos filhos e agora dos netos, as vitória alcançadas não teriam nem o sabor nem o significado que todos lhe atribuímos. Foi por eles e com eles que tudo se realizou.
Faz hoje 35 anos que esta saga começou. António Neves, 2007.


http://www.aclal.org/



Nota Biográfica: António Neves, nascido no ano 1949; Oficial Superior do Exército, Tenente Coronel na situação de reforma extraordinária; Licenciado em Estudos Europeus; Mestre em Gestão de Organizações Desportivas (MEMOS); Actualmente a finalizar a Licenciatura em História; Formação Técnica na Área da Informática; Conselheiro da CP para Clientes com Necessidades Especiais (CNE), desde 2004; Foi dirigente da Federação Portuguesa de Remo e responsável pelo Remo Paralímpico até Março de 2011; Presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes (FPDD) – 2001/06; Responsável pelo Projecto Super Atleta Atenas 2004 e lançamento do Pequim 2008; Presidente da International Blind Sport Association (IBSA-EUROPA) – 2005/06; Membro do Conselho Superior do Desporto de 2003/05; Presidente do Conselho Fiscal da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) – 1977/79 e de 1993/95; Presidente da Delegação Regional do Sul e Ilhas da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (DRSI – ACAPO) – 1998/00; Viveu em Angola, Nova Lisboa e Lobito, desde 1955 até finais de 1975; Como atleta federado praticou Hóquei Patins, como júnior e sénior no Lobito Sport Clube; Iniciou-se no Remo como júnior; A partir de 1977 e já como Deficiente das Forças Armadas, praticou atletismo e ciclismo; Tem como “hobby”, além da informática, leitura e música, o rádio amadorismo (CT1AHF), sendo fundador do Clube de Rádio Amadores de Cascais e Vice-Presidente da ARIES – Asociación de Radioaficionados Invidentes Españoles; É sócio fundador do Jam Session – Clube de Jazz de Cascais; Em parceria com um antigo camarada, Armando Magno, colaborou e foi director do jornal “online” Jornal Passa-Palavra. Sócio Aclal.

Os Filhos da Guerra

Falar dos Deficientes das Forças Armadas e da sua associação representativa, a ADFA, 36 Anos após a Revolução dos Cravos, é, não só um desafio interessante mas, acima de tudo, um exercício extremamente aliciante. Toda aquela geração de 60 ficou bem marcada e representada pelos milhares de jovens militares que, em função de ferimentos ou doenças adquiridos no serviço ou em combate, povoaram os hospitais militares, onde a pouco e pouco foi germinando um movimento de contestação e uma tomada de consciência. Os muitos Oficiais e Sargentos Milicianos que passaram a integrar os contingentes militares, fizeram com que a pouco e pouco, entre os internados nos hospitais, surgissem alguns grupos e núcleos, mais esclarecidos, que entre si iam questionando a razão e o porquê de ali estarem e da sua situação. Os ventos de mudança, as novas mentalidades e a nova consciência social trazidas pela Primavera de 68 em Paris, e que a pouco e pouco foram influenciando as camadas jovens e universitárias, contribuíram igualmente para esta tomada de consciência por parte dos deficientes militares e também das novas gerações de milicianos que iam sendo incorporadas. (…) Quando em Fevereiro de 1961, eclodiu a revolta armada em Angola, com a luta pela independência, liderada pelos movimentos UPA/FNLA, MPLA e mais tarde a UNITA, o governo português viu-se de um momento para o outro confrontado com a necessidade de enviar grandes contingentes militares para as colónias. Este deflagrar da guerrilha em Angola rapidamente teve repercussões nas outras colónias, tendo a luta armada sido iniciada em 1963 na Guiné e em 1964 em Moçambique. Deu-se assim início a um período dramático da história recente de Portugal, os anos da Guerra Colonial ou do Ultramar, que se prolongou até 1974 e que marcou radical e profundamente toda a sociedade portuguesa e muito especialmente os jovens que desde 1961, se viram obrigados a participar numa guerra, condenada pela opinião pública mundial e dificilmente justificada pelos governantes portugueses. Estima-se que durante os 13 anos de guerra, mais de 1 milhão de jovens portugueses tenha passado pelas fileiras, tendo nos 3 principais teatros de operações muitos deles tombado e muitos outros daí regressado incapacitados e com deficiências permanentes. Uma vez mais o país se viu perante uma situação para a qual não estava preparado, e que rapidamente começou a gerar situações de inconformismo, preocupação e desespero entre a sociedade civil e sobretudo, entre os familiares que viam os seus entes queridos regressarem mortos ou estropiados. Para além da inoperância e da incapacidade dos hospitais militares, da inexistência de técnicos qualificados e centros de reabilitação capazes de receber os mutilados e traumatizados de guerra e de lhes dar reabilitação física e protésica adequada, também não existia qualquer programa de reabilitação e reinserção social e profissional, nem nenhuma linha de apoio de retaguarda, com centros de acolhimento para os grandes deficientes nem tão pouco, qualquer legislação que consagrasse direitos de apoio e subsistência a esses militares. (…) A memória dos homens é curta e os sentimentos e as emoções que normalmente acompanham os grandes momentos de viragem na vida de um povo vão-se quase sempre diluindo, caindo no esquecimento ou perdendo a importância que num determinado contexto adquiriram. A força que o movimento dos Deficientes das Forças Armadas representou no período revolucionário do Pós 25 de Abril, o seu impacto na opinião pública e porque não dizê-lo, o interesse que representava para algumas movimentações politico partidárias, deram um protagonismo as estes milhares de militares e à sua causa, que muito contribuiu para levar o poder democraticamente constituído, a decretar e a publicar legislação que contemplasse os seus legítimos direitos e lhes abrisse as portas para uma verdadeira integração socioprofissional. Embora continue por esclarecer, em definitivo, o número total de militares que na Guerra do Ultramar adquiriram deficiências ou incapacidades permanentes, os números variam consoante as fontes (MDN, Estados-Maiores, Associações e Organismos de Veteranos e de Deficientes Militares, etc.), os dados fornecidos pela Caixa Geral de Aposentações em 1995, afiguram-se-nos como sendo os mais credíveis e próximos da realidade. Nesta data já tinha decorrido tempo suficiente para que tudo se organizasse, para que muitos processos fossem reabertos e reorganizados, e enfim para que esta parte da problemática dos deficientes militares estivesse já administrativa e burocraticamente resolvida. (…) António Neves, 2010.





Nota Biográfica: António Neves, nascido no ano 1949; Oficial Superior do Exército, Tenente Coronel na situação de reforma extraordinária; Licenciado em Estudos Europeus; Mestre em Gestão de Organizações Desportivas (MEMOS); Actualmente a finalizar a Licenciatura em História; Formação Técnica na Área da Informática; Conselheiro da CP para Clientes com Necessidades Especiais (CNE), desde 2004; Foi dirigente da Federação Portuguesa de Remo e responsável pelo Remo Paralímpico até Março de 2011; Presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes (FPDD) – 2001/06; Responsável pelo Projecto Super Atleta Atenas 2004 e lançamento do Pequim 2008; Presidente da International Blind Sport Association (IBSA-EUROPA) – 2005/06; Membro do Conselho Superior do Desporto de 2003/05; Presidente do Conselho Fiscal da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) – 1977/79 e de 1993/95; Presidente da Delegação Regional do Sul e Ilhas da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (DRSI – ACAPO) – 1998/00; Viveu em Angola, Nova Lisboa e Lobito, desde 1955 até finais de 1975; Como atleta federado praticou Hóquei Patins, como júnior e sénior no Lobito Sport Clube; Iniciou-se no Remo como júnior; A partir de 1977 e já como Deficiente das Forças Armadas, praticou atletismo e ciclismo; Tem como “hobby”, além da informática, leitura e música, o rádio amadorismo (CT1AHF), sendo fundador do Clube de Rádio Amadores de Cascais e Vice-Presidente da ARIES – Asociación de Radioaficionados Invidentes Españoles; É sócio fundador do Jam Session – Clube de Jazz de Cascais; Em parceria com um antigo camarada, Armando Magno, colaborou e foi director do jornal “online” Jornal Passa-Palavra. Sócio da ACLAL.

«Sentida Homenagem» O/A PROFESSOR(A) de Libânia Madureira




Encontro com a «Lusofonia», marcado pelos grandes valores e com a temática:
“VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS” . Estórias da Escola.


A minha «Sentida Homenagem» a Ti, PROFESSOR(A), com a minha gratidão.


O/A PROFESSOR(A)


O/A Professor(a), traz na sua vocação
O sussurro das palavras ávidas
De vida, por mais vida.

A mensagem escrita na alma
E de livros na mão,
Uma vezes calma,
Outras num labor insano
E agreste,
Transpondo a barragem do ser humano,
Modelada generosamente
Numa doação de Mestre,
Contínua e altruísta
Fazendo sonhar,
Acreditar
Que o conhecimento, se conquista.

Sinfonia incompleta
Uma porta entreaberta
Se abre de par em par
Dissipando as nuvens que encobrem o olhar,
Rasgando o silêncio mudo,
Tocando as harpas do sonho e da fantasia
Com seu saber e estudo,
Expelindo toda a energia,
Fazendo sentir que o «sonho» , não é palavra vã
Nos Homens/Mulheres de hoje, de amanhã…

Libânia Madureira




Academia de Letras e Artes Lusófonas - “ACLAL”



A Academia de Letras e Artes Lusófonas - “ACLAL”, tem a honra de convidar Vª Excia e Exmª Família para uma tertúlia de “Troca de Palavras”, que se realiza no próximo dia 3 de Junho de 2011, pelas 21:30 horas, na Quinta de S. Salvador, em Vila Nova de Gaia, num encontro com a «Lusofonia», marcado pelos grandes valores, e com a temática: «Voando sobre um ninho de cucos. Estórias da escola.» , através da convidada especial, Drª Angelina Carvalho - Investigadora em ciências de Educação.

" A Língua Portuguesa que é a pátria de grandes mestres, nasceu de Portugal. Este nasceu de (Portucale)...Porto e Cale (Gaia). Logo, as jornadas de nossa Academia Lusófona que tiveram o seu início e muito bem em Cale, em frente ao Porto.
E daqui, mais amadurecida, irá distribuir-se e enraizar noutros solos ubérrimos, crescendo, florindo e oferecendo frutos ao Mundo.
Assim seja !
Compareçam para darem força a esta ideia!"
Arménio Vasconcelos


Poema para a Mãe



quarta-feira, 1 de junho de 2011

Da Decadência À Regeneração - Jacinto e o Percurso de Auto-Descoberta em a Cidade e as Serras

Livro
"Da Decadência À Regeneração - Jacinto e o Percurso de Auto-Descoberta em a Cidade e as Serras"

Autora
Cristina Bernardes