terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pequeno nome das ervas...


No brado úbere da terra milhares de fios de Penélope
Sobre o cotovelo dos dias de espera
E barcos vazios
E o sangue fermente
Macerado na dor da ausência...

Há nesse grito a eterna sede das "mulheres de Atenas"
Vestidas de negro e de olhar profundo
De pranto escorrido
No riso em cascatas festivas como bacantes
Em febre...

E no pequeno nome das ervas
E no trevo dos caminhos
A inocência do canto de todas as partilhas…
E a felina gruta de resguardo das coisas simples...

E o bálsamo e a água
Com que o mistério do amor celebra
O corpo de proscritos…

E no bordão dos peregrinos
E no livro das Horas nacarado
E na espada
E no selo
E em todas as juras...

E nos maculados pés
E no resguardo dos portais...

E na fome dos dias por abrir
A fecunda dor de todas as colheitas
E o sândalo de todos os cansaços...

Publicada por heretico
http://relogiodependulo.blogspot.com/