domingo, 22 de junho de 2008

O Que Há De Comum - Uma Antologia


ARMANDO PINHEIRO nasceu no Porto, em 1922. Médico e reputado poeta. Publicou mais de uma centena de livros de poesia e organizou o volume Sonetos Portugueses. Licenciou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina do Porto, em Julho de 1945. Foi Interno na Estância Sanatorial do Caramulo desde 1945 até 1947. No regresso do Caramulo, foi Médico Auxiliar e depois Broncologista no Sanatório Rodrigues Semide, onde criou o Serviço de Broncologia. Chefiou o Serviço de Broncologia do Sanatório D. Manuel II, entre 1955 e 1970. Foi director do Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo António. Nele trabalhou desde a sua criação (1962) até à sua aposentação (1984). Publicou muitas dezenas de trabalhos médicos, alguns em revistas estrangeiras (França, Espanha, Holanda). Proferiu lições na Faculdade de Medicina do Porto, no Hospital de S. João, no Porto e em Lisboa. Em Maio de 1998 foi condecorado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos. Em Novembro de 1999, foi condecorado com a Medalha de Ouro da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

O Corpo vivo da poesia de Armando Pinheiro, tal como surge diante dos meus olhos de leitor de versos, organiza-se segundo duas marcas fundamentais: por um lado, o rigor e a autoconsciência e, por outro, a emoção dos sentidos e a emoção do pensamento, isto é “a vida toda num único poema”: a vida da poesia ao mesmo tempo que a múltipla vida da própria vida. (…) Poeta das emoções (no complexo sentido que antes ficou esboçado), Armando Pinheiro é também um poeta do pensamento, e a conclusividade perplexa e sage é, do mesmo modo, outra das marcas centrais da sua poesia. O facto de ter resistido até tão tarde a publicar um livro é talvez um sinal da manifesta imperatividade interior desta poesia, a sua sábia e funda humildade sendo, pois, não afectação (nem sequer “fingimento sentido”, como Pessoa diria), mas expressão de maturidade humana e intelectual, de vivida vida longamente acumulada na razão e no coração que, subitamente, pelo singular milagre da poesia, pode cristalizar num verso: “Quanto sol e quanta chuva são preciosos/ para amadurecer uma única uva!”. (Do Prefácio de Manuel António Pina)