Sei que a voz do olhar tem silêncios
e o mutismo domina o tempo
nas teias dos espelhos minguados.
Se soubessem quanto espreitamos
a memória dos silêncios
entre o genuíno e a perplexidade da consciência
jamais exerceriam actos disformes.
Junto à memória o conhecimento
imbuído em palavras verdade,
como é frágil o Ser,
e tão lúcido o pensamento.
A generosidade das árvores
não tem fim,
sei que as agarro
durante as minhas horas de existência
porque, essas sim,
são verdade,
espaços contíguos
das minhas rugas, que me concedem
caminhos de firmeza
e, me enchem de claridade.
Restou tanto por dizer
um vestígio de um olhar,
um refúgio no tempo.
Entre as metamorfoses a liberdade é caminho
para ler a voz do olhar e dos silêncios.
Ficarei para sempre no tempo incerto
dos silêncios,
junto às árvores.