terça-feira, 24 de março de 2009

II Antologia de Poetas Lusófonos



Mais um elo para a Lusofonia
Escrever é algo mais do que espalhar letras, entornar palavras ou construir frases. Escrever é transmitir ideias, é concretizar desejos, é realizar sonhos, é prolongar a firme voz de comunicar. Escrever é cunhar identidade pela diversidade cultural que une países, regiões, cidades e aldeias.
A Lusofonia não é apenas um conjunto de países onde se fala a Língua Portuguesa. A Lusofonia está espalhada por todos os países do Mundo. Em todos eles existe alguém que fala ou escreve esta tão amada Língua.
Neste Planeta, em que parte da sociedade o considera global, não existem fronteiras para a Lusofonia nem para a Poesia, como defendia António Gedeão: “Minha aldeia é todo o mundo”.
A II Antologia de Poetas Lusófonos surge com os objectivos nobres de promover a Língua Portuguesa, de promover a Lusofonia e de promover os Poetas que espalham as suas veias inspiradoras por todo o Mundo, tal como o fizeram os grandes vultos da Lusofonia, com especial destaque para o Padre António Vieira, que além da Língua conseguiu unir Continentes.
Este é um livro que tenta unir regiões de vários Continentes. Unir poetas que nesta aldeia global, conseguem unir esforços e vontades para levar a efeito este livro.
O Padre António Vieira deixou escrito que um “Livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”. Este livro é apenas mais uma semente lançada ao vento e que, de certo, irá ajudar a promover a Lusofonia no meio de um acordo que já se discute desde o século XIX.
A II Antologia de Poetas Lusófonos apresenta, nestas quase 500 páginas, 134 poetas de 11 países: Angola, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, França, Índia, Inglaterra, Moçambique, Portugal, Suíça e Timor.
As poesias que tatuam as páginas deste livro não são todas de índole académica. Queremos, também, dar voz à poesia mais popular. Mas, uma coisa é certa: neste livro todas as poesias têm mensagem. Todas elas transmitem sentimentos. Todas elas cantam a mesma Língua. E mais, todas elas nasceram tão distantes umas das outras e conseguiram um elo de verdadeira união através da II Antologia de Poetas Lusófonos.
Este livro nasce de uma grande força de vontade, bem espelhada por todos aqueles que nela participam. E, essa força, nasce em cada um dos 134 poetas destes 11 países, que desejaram e conseguiram saltar este obstáculo, que é a fronteira invisível das nações. Alexandre Herculano defendia que “o erro vulgar consiste em confundir o desejar com o querer. O desejo mede obstáculos; a vontade vence-os”.
Esta é uma Antologia que atravessa Oceanos, une Continentes e espalha Mensagens pelo punho de cada um dos 134 Poetas.
A todos eles e a todos aqueles que permitem que a II Antologia de Poetas Lusófonos seja uma realidade, tenho que deixar em nome das equipas editorial e técnica, os mais cordiais e sinceros agradecimentos.
Um especial agradecimento para as Associações, Academias e Instituições que ajudaram a divulgar o regulamento da II Antologia e, um grande abraço a todos os Poetas.
Como escreveu o poeta açoriano, Armando Côrtes-Rodrigues, “O mar da minha vida não tem longes”.
Até à III Antologia de Poetas Lusófonos.

Adélio Amaro

Coordenador Editorial

sexta-feira, 20 de março de 2009

No corpo já almeja outro mar... minha África














Éramos peregrinos,
cruzámos nossos olhos
dispersos em fragmentos
no rumor do porto rio...
enterraram-se no tempo como farpas.
Hoje,
que eu já não sei
senão eu,
só levo uma mágoa,
um lamento, neste berço de anciania.
A memória devolve
minha ânsia de serenar
esses rostos... indiferentes
descem do crepúsculo em brumas brandas.
Quando o derradeiro pássaro perecer,
não pertenço mais à vida.
____________________________________...

Oh! tempo da minha infância!
Manto bordado de Deus!
Deixa-me fitar-te,
somente sou, quando em verso...
E no regresso
tudo coube no olhar com que não vi...
...____________

A bonina da fé
portadora dos poetas, dos afagos.
Minha face em luto,
labirinto envelhecido
e, sem saber de mim
brota no intervalo do tempo
a lembrança de uma ruga.
Minha face em cinza,
morre sem renunciar um corte, um risco, uma névoa
e, por vezes, num segundo se aprisiona
o momento.
___________________________...

Quando o derradeiro sopro findar,
não pertenço mais à vida.
E tocará esse piano
neste descaminho benigno,
não conhecendo quem o escute.
Só de longe e recôndito,
o espírito em que habita
tacteará meu rosto
sobre o regaço morno
dum livro cálido
tocado pela emoção.
Sei que já nada é querido.
Venha a viagem quando Deus quiser.
Enquanto houver uns olhos que brilham,
outros olhos que os fitam,
pende meu seio outro céu.
..._________________________

No corpo já almeja outro mar,
minha memória, minha África,
Oh! tempo da minha infância!

CCorreia
do Livro "Amor razão maior"

Na terra das palavras



Abraço
Na terra das palavras
havia poemas e sonhos,
na tua mão eu os colhi.
E na seiva do teu olhar
fui plantar folhas de seda
que colhi no alto mar
preciosas, só para ti…
Sete abraços enfeitaram
pedaços da terra do céu,
sete silêncios cantaram
os Anjos,
melodias, junto de mim
perto de ti…
...____________________
Aqui jaz
o túmulo do âmago
e o silêncio dos guiados.
Viesse um vento...
eu poderia elevar a vela
num cântico além-mundo.
As mãos cansadas
cantam um poema livre,
a qualquer hora de solidão,
palavra fértil
num vazio derrotado...
Onde cabe o nada
abundam sementes
a anuir
sempre com alma
a embrulhar silêncios...
O cordão umbilical,
o cheiro a rosas,
sabor a lágrimas...
nostalgia.
..._________________
O contentamento desmedido, o suspiro
e a saudade perpétua do nascer.
...__________________________________
Convivo
com brandura
o momento.

CCorreia
do Livro "Amor razão maior"

quinta-feira, 12 de março de 2009

um fio de memória




















Poeta
Tu sabes, não sabes!
Como, por vezes,
é difícil fazer o sol brilhar.
No palmilhar do sonho
a vontade em alcançar
um sorriso na primavera
uma rosa, uma quimera
é, por vezes, um murmurar
de silêncios…
que só ao poeta lhe é dado
o condão de decifrar.
...
Chama-se destino à senda da vida!
Desassossego, incerteza, receio,
sonhos adiados, escondidos
risos e lágrimas que desaguam
junto do rio,
um fio de memória.
Longe, está plantado o meu canteiro
feito de dor, trabalho e histórias
...
Ah! poeta
Tu sabes, não sabes!
Como, por vezes,
é difícil fazer o sol brilhar.
CCcerne e o verso

O enlace entre a alma e o humanismo

A palavra reveste uma indiscutível força poética, uma narração em torno de uma emotividade essencial ao Humanismo. E é justamente através da emotividade - na força poética da palavra - que o poeta desencadeia o dispositivo da criatividade no leitor e que floresce a partir do diálogo. Dá-se, assim, o enlace entre a alma e o humanismo, a única e singular assinatura do mundo - o respeito, o afecto e amizade que damos uns aos outros. CCcerne e verso

Mulher de eleição "Maria José Quintela"





O prazer de ler os livros de Maria José Quintela, Um olhar não basta, Julho de 2006, publ. Pena Perfeita, e O mundo fica irreal, mas não me importo, Garça Editores, 2007.

em pleno voo os pássaros abandonam a sua sombra
http://dolugardemim.blogspot.com/

domingo, 8 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher

«Diz-me, Mulher Coragem, em que porto brotam os caminhos do pensamento - verdade, da luz, da justiça, da liberdade... Se houver, hão-de estar no fundo da tua arrojada alma...» CCorreia
Relembramos...

boas razões para...


LER...


a Leitura é um prazer...

Fernando Amaral

Fernando Amaral

Natural de Lamego e licenciado em Direito, Fernando Monteiro do Amaral foi Vereador da Câmara Municipal de Lamego, Presidente da Assembleia Municipal de Lamego e Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Exerceu funções de Deputado à Assembleia Constituinte e de Deputado à Assembleia da República nas I, III, IV, V e VI Legislaturas. Ocupou a pasta da Administração Interna e foi posteriormente Ministro adjunto do Primeiro-Ministro, nos 7.º e 8.º Governos, respectivamente. Exerceu as funções de Vice-Presidente e Presidente da Assembleia da República durante três mandatos (1983-1987). Entre 1985 e 1987 foi designado para o cargo de Conselheiro de Estado. Nos dois anos seguintes foi Deputado à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, da qual foi também Vice-Presidente. Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
http://www.parlamento.pt/VisitaVirtual/Paginas/BiogFernandoAmaral.aspx

--Publicada por manuel afonso em cogitar a 3/07/2009 03:01:00 PM

terça-feira, 3 de março de 2009

Movimento Elista

. O Movimento Elista foi fundado em 8 de Agosto de 1959 pelo Dr. Eduardo Dias Coelho, médico da Sociedade Portuguesa de Beneficiência e membro do conselho deliberativo da Associação Atlética Portuguesa, em São Vicente, no local denominado Prainha, localizado defronte da enseada onde ancoraram as caravelas de Martin Afonso de Souza.
. As atividades das unidades elistas na Comunidade Lusíada são norteadas pelos elevados ideais comunitários consubstanciados nos seguintes princípios gerais:
. O Elismo é um movimento de congregação de valores humanos dispostos ou, pelos menos, predispostos a defenderem a aliança e a promoverem a boa compreensão dos povos de língua portuguesa. Veículo de propagação e de defesa dos ideais que formam a comunidade lusíada é também o Elismo, por decorrência e paralelamente, fonte de alta confraternização de quantos nele se integram. Tendo por trilha o idioma português, pois, fadado a se expandir por lugares os mais diversos e distantes, sejam quais forem as suas peculiaridades locais próprias e típicas, o Elismo é um símbolo de manutenção e de garantia da sobrevivência, em qualquer lugar do mundo, de princípios e ideais que a língua mater conferiu e consolidou nos homens de todos os tempos.
. Um Elos Clube jamais poderá ser entendido como unidade isolada. Cada ELOS é simples fração de um todo; é mera parte de um conjunto; é uma peça de engrenagem; é um elemento que se prende a outros tantos que hão de formar poderosa corrente de pensamento e de ação, em função de idéias e fins comuns. Situado acima das contingências de formulações políticas internas de cada país, o ELOS respeita o sentir e as convicções de cada elista como cidadão, alheio a sistemas de governos e a doutrina de governantes, desde que não subversivos. Também os não distingue por sua condição social, econômica ou religiosa, já que os equaciona na linha de rígida conduta moral e de adesão aos fins da entidade. Reclama o ELOS, a par da união das pessoas que falam e dignificam a nossa língua, a sua identificação na soma de suas forças e esforços para, no campo espiritual, darem vivência e relevância a valores éticos e históricos e, no terreno material, postularem para que tornem práticas e objetivas as recomendações que, no interesse da família lusíada, venham a ser ditados por tratados, convenções e protocolos oficiais.
. Todo elista nivela-se por um mesmo conteúdo moral e por uma mesma dose de idealismo na luta pela congregação das pessoas que, onde estiverem, falem adaptem ou cultivem a língua portuguesa. Este, seu denominador comum. Pouco importam as suas desigualdades econômico-financeiras ou a diversidade sua cultura, cor, religião ou convicções políticas. O culto ao lar, o respeito à família, a veneração à pátria, o amor ao próximo; a honradez no trabalho, irrevogável idoneidade moral e inconsútil determinação de fazer vingar os objetivos sociais, tais os pressupostos de sua vocação elista que lhes cumpre procurar transferir às gerações mais moças, como reservas indispensável ao futuro do elismo e à sustentação da comunidade que o Elos simboliza.
. O Elista é, precisa e deve ser a expressão dinâmica de uma comunidade, a lusíada. Eduardo Dias Coelho